Minha vida sempre mudou muito, e eu sempre vou no embalo sem oferecer a menor resistência a nada. Vou mudando mas nem sempre me surpreendendo com as mudanças, elas simplesmente me invadem e se instalam. Eu vou fazendo a minha sorte enquanto decido acreditar se ela existe mesmo, e vou achando graça nas coisas mais banais do mundo, paro na janela e perco mesmo a tarde toda olhando os pequenos detalhes da rua, sou muito feliz e disso não tenha dúvida.
A vida já cansou de me provar que não tem facilidade pra quem vai fazer escolhas, e a gente precisa errar. E eu erro, erro não por distração ou por engano, erro com força e com vontade, eu erro melhor, pra errar menos. E saio assim, errante pela rua, rezando que caia uma chuva e que enxarque cada centímetro da minha pele, saio assim sem ligar que alguém goste de mim em partes, meu desejo é que eu me aceite por inteira. E aceito. Me venero. Gosto do meu egoísmo e uso ele demais, porque eu sei que se eu não fizer as coisas por mim, minha mãe vai não poder fazer, é dirigir sozinha e sentir o gostinho de ser livre em tudo.
Sonho sempre alto mas vôo baixo, tenho preguiça de me levantar e ir até a outra cidade pra dar um beijinho sem significado, as vezes decido seguir meu coração, nunca foi uma experiência boa. Gosto de pessoas livres e eu ainda quero ser muito mais do que já sou, vou ser sempre aquela que vai perguntar quem você é mas te aceitar do mesmo jeito, vou te mostrar sempre o pior de mim e dar o melhor que ainda me resta.
Sou de sentir, meu deus eu sinto muito! evito até de tomar remédio pra dor de cabeça só pra sentir ela ali, latejando os meus neurônios. Nunca evito dizer o que está na ponta da língua só porque eu sei que minha mente vai negar nas horas seguintes, falei, despejei, jogo tudo na sua cara, as pessoas merecem que eu seja aberta com elas, oras. Fujo das palavras bonitas e prefiro abraçar as ações mais rabugentas, gosto de movimentos. Sou altamente, eu disse altamente, curiosa, reparo em tudo, mas não espere que arrume mil defeitos pra brigar contra suas novecentos e noventa e nove qualidades.
Não desvio o olhar porque gosto de ter minha mente lida. Não desisto antes de começar. Já fui mais não do que sim. E Aprendi que apostar demais nos outros é esperar tudo que há de ruim na vida de um ser humano: a decepção, e dessas eu já tive muitas, e não vá pensando você que eu esqueci de todas e hoje sou mais feliz com isso, não, lembro de tudo e minha mente in(felizmente) nunca me deixa esquecer tudo que eu passei. Rancorosa? pra caralho, mas estou sempre em busca de coisas novas, com decepções eu só aprendi as lições de moral e agora é tudo parte do passado, igual aquela bonequinha que eu brinquei um dia. Já fui também a decepção de outro alguém, e sabia disso, e quis continuar sendo, sinto muito por tudo, mas eu nasci para os extremos, nunca fui de boa qualidade, nunca prestei. Mas um dia isso vai mudar.
Sou dessas que saio sem saber se volto viva, perco a cara, a vergonha, a moral, a pose e volto com a mente fresca de sorrisos, é tão bom perder-se. Sou tanta loucura e pouco juízo, tanto amor e pouco perdão, sou ciúmes e pouca compreensão.
Sou de ajudar, mesmo que seja pra quebrar alguns corações, acredito no ''aqui se faz aqui se paga'' e pago bastante por ser totalmente errada com algumas coisas, mas os baques não são tão dolorosos porque já caí uma vez. Admiro a verdade, a sinceridade, ao tapa das palavras sem mentiras jogadas na minha cara, minto as vezes sim, e minto bem demais pra quem faz isso bem pouquinho. Sei que tudo tem seu preço, mas dou boas vindas as consequências, não sei viver de expectativas.
Me tornei tudo o que eu queria ser quando eu crescesse. Apostei nos meus desejos porque eles estão em mim. Nunca digo eu poderia nem muito menos se eu pudesse, porque eu posso e esse é o meu tempo.
Tenho medo da responsabilidade, pois nunca a tive, e não sei se um dia vou tê-la.
Ah eu já amei, e como amei. Já amei até a última pessoa no mundo que eu amaria, mas hoje eu sei que minhas asas podem ser maiores do que as de qualquer um, enxergo o mundo tão pequeno e as pessoas tão incapazes de ir muito além. E sinto pena. Todos me parecem tão fracos e tão perdidos, chego a admirar muito mais um cachorro que não tem medo de pular e cair rolando no chão, do que essa gente que tem medo justamente disso.
Eu tenho uma vida inteirinha pela frente, e é por isso que me uso pra progredir nela, estou sempre me usando, me exigindo, indo além de mim. Uso meu coração, meus neurônios, minhas pernas, não fico em luto de mim mesma porque eu não morri. Vou usando meus olhos pra ler, a mente pra entender, a boca pra fala. Uso meu ouvido para escutar porque considero isso um dom, escuto muito, uso-o também para os 5 brincos que tenho nas duas orelhas, uso pra mostrar as argolas. Assim como meu nariz, já que não sou de ta cheirando nada, só respiro porque é involuntário, e ainda assim prendo a respiração de vez em quando pra mostrar quem é que manda. Usarei sempre minha pele pra sentir, pra suar, pra bronzear, pra mostrar minhas tatuagens e ainda fazer as 5 mais outras que ainda tenho vontade, uso minha imagem pra mostrar que sou rebelde em relação aos pensamentos da pessoas. Eu me uso porque tiro proveito desse corpo que deus colocou no mundo. Me uso porque se eu não o fizer algum outro fará.